domingo, 20 de novembro de 2011

Objeto/ Fonte Histórica: Foto da Avenida Fernandes Lima em 1993 - Welber Araujo

AVENIDA FERNANDES LIMA: antes, hoje e futuramente

    A fonte histórica que velho tratar neste trabalho data de 26 de setembro do ano de 1993, que mostra a Avenida Fernandes Lima, esta avenida é mais movimentada da cidade de Maceió, porque todos os dias milhares de pessoas transitam nela para ir trabalhar, estudar, descer para o centro da cidade, subir para ir à Universidade Federal de Alagoas ou mesmo para ir ao aeroporto, pois bem é por meio desta avenida que os maceioenses se locomovem diariamente.
    A foto mostra Avenida Fernandes Lima em uma época que não tinha tantas pessoas residindo na cidade de Maceió, e que portanto o trânsito era bem tranquilo. Esta é uma realidade que infelizmente não vemos mais na cidade, pois devido ao crescimento econômico e populacional a cidade inchou e consequentemente esta avenida tornou-se quase inviável nos momento de pico que é 6hs às 7hs, 12hs e das 17hs às 19hs.
    O crescimento econômico da cidade ocorreu principalmente devido a vinda de grandes redes de supermercados e também do aumento de bens e serviços do setor terciário. Maceió, atualmente conta com dois grandes Shopping Center situados em pontos estratégicos e de grande circulação da população, mas já existe um projeto para a construção de mais um; temos também grandes lojas, academias, espaços de lazer diversificados, lanchonetes, bares, boates, restaurantes, enfim uma rede comercial que não para de crescer.
    Mas quem foi Fernandes Lima? Fernandes de Barros Lima, é natural de Passo de Camaragibe, nasceu em 1868, formou-se pela Faculdade de Direito do Recife, exerceu a advocacia durante um tempo, mas apesar da bem-sucedida carreira jurídica, ele preferiu a política. Foi governador de Alagoas em 1918, e reeleito em 1924, além disso foi senador, deputado federal e estadual, exercendo mandatos entre 1892 e 1930, faleceu em 1938, passando da vida para a eternidade.
    Existe um projeto em andamento na Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito de Maceió- SMTT, o representante da SMTT Sr. José Moura apresentou a proposta que tem como intuito a implantação do Veículo Leve sobre Trilho- VLT na Avenida Fernandes Lima, Moura disse que as obras devem ser concluída antes da Copa do Mundo de 2014. Abaixo uma imagem que mostra como ficará a Avenida Fernandes Lima depois das obras para instalação do VLT:




    A fonte histórica é um excelente recurso didático pedagógico quando bem planejado e utilizados nas aulas de história, podemos aqui ressaltar sua grande significância para problematização do passado e compreensão do presente. As fontes históricas ocupam lugar de grande destaque no PCNs da área de História como nos mostra Caimi( 2008, p. 141):
[...] Os PCNs apresentam diferentes exemplos, que compreendem tanto os registros escritos, quanto os expressos por meio de sons, gestos e imagens, a saber, filmes, músicas, gravuras, artefatos, edificações, fotografias, pinturas, esculturas, rituais, textos literários, poéticos e jornalísticos, anúncios, processos criminais, registros paroquiais, diários, arquivos familiares, dentre outros não nomeados aqui. [...] Quanto ao uso de tais documentos/ fontes em sala, há importante indicações metodológicas que preconizam o papel ativo do estudante nos procedimentos de compreensão e interpretação. Mais do que objetos ilustrativos, as fontes são trabalhadas no sentido de desenvolver habilidades de observação, problematização, análise, comparação, formulação de hipóteses, crítica, produção de sínteses, reconhecimento de diferenças e semelhanças, enfim, capacidades que favorecem a construção do conhecimento histórico numa perspectiva autônoma.

    Dentro desta perspectiva metodológica do trato pedagógico dado as fontes históricas podemos dá ênfase ao papel do aluno como sujeito crítico e ativo em todo o processo de ensino-aprendizagem, sendo assim as fontes históricas tornam-se instrumentos mediadores da aprendizagem.
    Ressalto também aqui neste trabalho a fotografia que utilizei, no qual mostra uma via de acesso que atualmente é a mais movimentada da capital alagoana, mas nem sempre foi assim. O uso da fotografia como fonte histórica nas aulas de história é de primordial importância para o estudo e entendimento do meio do qual fazermos parte com sujeitos e cidadãos. Priore revela tal importância:
Hoje, um fato é incontestável: a fotografia, em suas múltiplas formas, se afirma cada vez mais como um modo de expressão, de informação e de comunicação, íntegra, essencial e específica. [...] Mas como toda a forma de arte e de literatura, como todo o texto, a imagem fotográfica só existe plenamente se for investida por um leitor que lhe dê uma interpretação, operando desta maneira, uma re-criação, uma re-escritura. Tal valor agregado é igualmente tributário de um contexto no qual a fotografia é olhada e lida. Uma mudança de contexto equivale a uma mudança de interpretação e de leitura. [...] No espírito de muita gente, a fotografia está associada à ideia de documento. Quer dizer ela serve para testemunhar uma realidade, e em seguida, para lembrar a existência desta mesma realidade. ( PRIORE, 2005, p. 28- 29)

    Pois bem como podemos perceber a fotografia pode ser considerada um rico documento que mostra, revela o real parado e estático, só destacando que a realidade será percebida por meio da interpretação e apreensão do contexto do qual o sujeito se depara na sua apreciação. É relevante que as interpretações que surgirá da análise da fotografia demanda de uma serie de coisas que Priore nos mostra com bastante clareza “o tempo tem aqui um papel fundamental, em particular, do ponto de vista histórico e emocional, quando a fotografia é testemunha de mudanças, de transformações físicas e materiais, de desaparecimento de coisas ou de morte de entes queridos”.( 2005, p.29)
Agora mostrarei a fotografia que utilizei neste trabalho como fonte histórica:



Fonte: Maceió – 26/09/1993. Fotógrafo – Zé Ronaldo.

Abaixo fotos mais recente desta mesma avenida que mostra as mudanças físicas( como a construção de mais prédios comerciais) e também o aumento de veículos nesta via:










REFERÊNCIAS:

CAIMI, Flávia Eloisa. Fontes Históricas na sala de aula: uma possibilidade de produção de conhecimento histórico escolar? Anos 90, Porto Alegre, v. 15, n. 28, p. 129- 150, dez. 2008.


PRIORE, Mary Del. Os registros da Memória; A fotografia como objeto de memória. In: Memória, Patrimônio e Identidade. Boletim 4 Ministério da Educação, 2005. p. 28- 32.



Outras Fontes:

http://bicicletadademaceio.blogspot.com

http://www.soalagoas.info/2011/09/maceio-e-supreendida-com-mais-um.html


http://www.alagoastempo.com.br/blogs/alan-rodrigues/286/2011/03/16/quem-foi-fernandes-lima.html


http://www.gabinetecivil.al.gov.br/institucional/ex-governadores/curriculos-govs/jose-fernandes-de-barros-lima

Welber Araujo

ANÁLISE DO FILME: BESOURO


Eu escolhe este filme devido ao contexto histórico que o mesmo 

aborda, o filme foi dirigido por João Daniel Tikhomiroff, e tem duração de 1h e 20.
O filme retrata a história de um capoeirista que virou herói, Manuel( Besouro) que é interpretado pelo ator Ailton Carmo. Neste filme a cultura afro-brasileira é contada pela óptica dos negros com a valorização de sua cultura, sua linguagem, seus costumes, sua religião, enfim, o filme narra a história de um povo que durante muito tempo teve sua voz silenciada pela “chibata” dos coronéis.
O filme tem como cenário o Recôncavo Baiano nos anos de 1924, época esta no qual a escravidão no Brasil tinha sido abolida há menos de 40 anos, mas os negros continuavam a ser tratados como escravos. O candomblé era reprimido e a capoeira proibida por lei. Os negros começaram a se organizar para terem seus direitos respeitado, no recôncavo quem liderava os negros era o Mestre Alípio, devido a sua luta, Mestre Alípio foi morto, mas ensinou à arte da capoeira para os jovens, e deixou seu discípulo Manuel( Besouro) para lutar contra a tirania dos coronéis e defender seu povo.


O enredo do filme é fascinante e instigante para quem assiste, como já falei acima, ele retratada a história de um menino que foi preparado desde de criança para lutar pelo seu povo, o menino escolheu seu nome de batismo na capoeira como besouro, ele escolheu este nome porque se identificou com um inseto preto que ao voar desafia as leis da física. Besouro é um filme de aventura, paixão, misticismo, coragem que envolve os quem o assistem em um enredo de luta contra o preconceito e a opressão que os negros vivenciavam anos depois da abolição da escravidão no Brasil.


No filme Besouro foi morto, mas deixou o seu legado para sempre e até hoje ele é cantado em rodas de capoeira por todo mundo. Em 1937, a capoeira passou a ser tolerada, em 1953 ela foi totalmente liberada, mas só em 2008, a capoeira foi decretada “Patrimônio Imaterial da Cultura Brasileira”, pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional( IPHAN), por seu potencial catalisador e agregador de símbolos nos aspectos fundamentais da vida( canto, luta, dança, jogo) e da cultura brasileira.


Em 2010, o Estatuto da Igualdade Racial( EIR) destaca que “a capoeira é reconhecida como desporto de criação nacional no termos do art. 217 da Constituição Federal”. Primeiro parágrafo: “a atividade de capoeira será reconhecida em todas as modalidades em que a capoeira se manifesta, seja como esporte, luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o território nacional. E no segundo parágrafo: “é facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos mestres tradicionais, pública e formalmente reconhecidos”.


Destaco aqui nesta análise do filme Besouro a importância de trazermos para a sala de aula filmes que retrate sem preconceito e nem mesmo exacerbação a história de luta dos negros no Brasil. É de suma relevância colocarmos em prática o que está posto na Lei 10.639 de 2003, no qual torna-se obrigatório desde da vigência desta lei, as escolas públicas e privadas o ensino dos conteúdos relacionados à história e à cultura afro-brasileira, temática esta que está nos currículos do ensino fundamental e médio e deve ser desdobrada no Projeto Político Pedagógico das instituições.


CORDEL/ Autor: Welber Araujo

CORDEL: O BAIRRO DO FAROL




Do Planalto da Jacutinga
Seu nome originou
Com o passar do tempo
Tornou-se moradia dos mais abastados
Lá reside a elite maceioense
Que convive com os pobres coitados
Que acolá persistem em morar


Ô! Bairro bom de morar
Quem morava em Bebedouro
Logo correu pra lá
Sem precisar se preocupar
Pois é só subir um pouquinho
Que no Farol logo vai chegar

No parque Gonçalves Ledo
A população ia se reunir
Para televisão em preto-em-branco assistir
Era uma festa só para o povo de Maceió
Que corria toda noite pra lá se divertir
Mas isso foi há muito tempo traz




Do auto do Mirante de São Gonçalo
Tudo pode se avistar
Desde da praia que se encontra com o mar
Até a leve brisa que lá fica a passar
Os namorados apaixonados lá gostam de ficar
E nas noites de lua cheia
Um brilhar intenso ilumina todo o lugar


Ô! Bairro bom de morar
No Farol de tudo podemos encontrar
É loja, shompping, supermercado, hospital,
Escolas, farmácias, bancos, academias...
Lá de tudo podemos encontrar


Mas olhe bem minha gente
No Farol do passado
Muito pouco podemos encontrar
O desenvolvimento veio
E não deixou quase nada de antigo no lugar


Mas sua população guarda na lembrança
O passado que não pode morrer
Porque esse bairro tem história
Pra muita gente nova conhecer
História que nestes pequenos versos não há de caber.

                                 Praça Gonçalves Ledo.

sábado, 19 de novembro de 2011

Cordel- São Luiz outra vez morar-Flávia Geisy


"Gentem" postei este cordel só no meu blog, mas só agora consegui postar aq no blog da turma, pense na emoção que foi fazer isso, foram tantas lembranças vindo a tona...começa assim:
São Luiz outra vez morar

Estou num daqueles dias
em que tudo virou saudade
açúcar virou marmelo
mudei de realidade
o coração aperta no peito
Ao lembrar da menina que ficou a distância
Cresci no interior, aonde o homem usa chapéu
E a mulher suspira de amor

Por lá fiz muitos amigos
que acabaram lá ficando
atirei pedras na lua
brinquei com a felicidade
da escola vinha cantando
sentindo  o cheiro de jambo

Passava na caso de vó pedia a benção
e pegava meu rumo
Chamava os outros e aprontava o mundo
Minha cidade pequena de grande tem o nome
São luiz do Quitunde, lá onde fica a Usina Santo Antônio
Saudades desse tempo que o longe ficava perto
Coisas estranhas eu via na praça do cemitério
Mulheres conversando, crianças cantarolando
Homens se lamentando
Tudo era poesia escrita no cheiro de cana queimando


Hoje gente procura
razões pra viver
muitas estão se lamentando
Que na cidade não pode permanecer
dizem que é preciso ganhar a vida e desta cidade esquecer
Vão simbora de carro ou avião pra cidade grande vencer


 Passam os dias plantando amarguras
do céu as cinzas já não podem ver
casais não fazem mais juras
é preciso correr
E da cidade pequena vão esquecendo
Guardando só o sentimento
Mas quando daqueles dias se lembra
Caldo de cana quer tomar
Pra ver se volta no tempo
E em São Luiz outra vez morar...
 Olha a praça onde brinquei muuuuito, dá pra ver uma parte da minha casa, esta de 1º andar vizinha a casa verde...
O muro do cemitério  de lá os meninos saiam fantasiados de ninjas e faziam um teatro ao ar livre todas as noites de sábado, penso no medo dos ninjaskkkkk adorava  brincar "arrudiando" de bicicleta o cemitério, e a vontade de me esconder como os meninos faziam nas catatumbas abertaskkkkkk brincando de pique esconde, mas mainha deixava não# Pena
By-Flávia Geisy

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Música de "Caetano Veloso."

A CANÇÃO FALA DE PROTESTOS FEITOS PELOS JOVENS POR CONTA DO SEU DESCONTENTAMENTO NA ÉPOCA POR CONTA DA DITADURA MILITAR.



Alegria, Alegria

Caminhando contra o vento
Sem lenço e sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou...
O sol se reparte em crimes
Espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas
Eu vou...
Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bomba e Brigitte Bardot...
O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia
Eu vou...
Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos
Eu vou
Por que não, por que não...
Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço e sem documento,
Eu vou...
Eu tomo uma coca-cola
Ela pensa em casamento
E uma canção me consola
Eu vou...
Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome, sem telefone
No coração do Brasil...
Ela nem sabe até pensei
Em cantar na televisão
O sol é tão bonito
Eu vou...
Sem lenço, sem documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo, amor
Eu vou...
Por que não, por que não...
Por que não, por que não...
Por que não, por que não...
Por que não, por que não...

                                       Amanda Santos
Filme “O NOME DA ROSA” - 1986

     O filme que escolhi foi O NOME A ROSA que significa “infinito poder de palavras” a rosa citada no título do filme é a biblioteca existente no filme do convento benetitino, se passa no ano de 1327 na idade média num mosteiro da Itália medieval , onde a igreja tinha o domínio de tudo e tudo era permitido por temor  a Deus, no filme, sete monges morrem estranhamente,começam a ocorrer num mosteiro beneditino, onde as vítimas aparecem sempre com os dedos e a língua roxos, no filme é se aborda muito a violência inclusive a violência sexual, no qual mulheres se vendem aos monges em troca de comida e muitas vezes depois são mortas.estranhas mortes O mosteiro guarda uma imensa biblioteca, onde poucos  tem acesso às publicações sacras e profanas, apenas os grandes na igreja poderiam ter acesso ao conhecimento, a população não adiquirindo conhecimento era mas fácil da igreja ter o domínio de tudo. A chegada de um monge franciscano (Sean Conery), que mostra-se um intelectual renascentista, que com uma postura humanista e racional, responsável por desvendar os crimes, resultara no tribunal da santa, é um filme que relata o tempo medieval,  e a quebra de paradgma da época,  que era muito difícil de acontecer por conta do domínio da igreja relata também o quanto as pessoas sofriam com o controle da igreja em tudo  e o quanto a sociedade era subdesenvolvida,  mostra claramente o conflito da religião com a filosofia, relata também a proibição do sexo dentro da doutrina da igreja, que no caso relata o envolvimento de um franciscano com uma escrava, apesar de proibido.

                                                                             Amanda Santos.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

o que será,que será

Feita para o filme "Dona Flor e Seus Dois Maridos", a canção "O Que Será" tem três versões, que marcam passagens diferentes da trama: "Abertura", "À Flor da Pele" e "À Flor da Terra". Cantada no filme por Simone, a versão "À Flor da Terra" (três estrofes de doze versos) alcançaria grande sucesso na gravação de Chico Buarque e Milton Nascimento, que abre o elepê Meus caros amigos, um dueto, aliás, que aconteceu por mero acaso. Chico estava na gravadora ensaiando a canção com Francis Hime, quando Milton, de passagem pelo estúdio, ouviu e gostou. Daí surgiu o convite para a gravação, depois retribuído com a participação de Chico num disco de Milton, cantando com ele "À Flor da Pele". Mas "O Que Será", em qualquer das versões, é uma obra-prima, no nível das melhores criações de Chico Buarque, com sua melodia forte e sua letra libertária, um tanto ambígua em certos aspectos: "O que será que será / que todos os avisos não vão evitar / porque todos os risos vão desafiar / porque todos os sinos irão repicar / porque todos os hinos irão consagrar..." Em 15.9.92, ao tomar conhecimento do conteúdo de sua ficha no Dops-DPPS, em que há uma análise de "O Que Será", Chico Buarque declarou ao Jornal do Brasil: "acho que eu mesmo não sei o que existe por trás dessa letra e, se soubesse, não teria cabimento explicar..."
Depois de uma primeira viagem a Cuba, em fevereiro de 1978, como jurado do prêmio da Casa de las Américas (na volta, foi detido no aeroporto do Rio, com Marieta Severo e Antônio Callado), Chico multiplicou viagens a Havana, onde acabou por se tornar uma espécie de embaixador informal do Brasil, que só em 1986 reataria relações com o país de Fidel Castro. De lá trouxe a música até então desconhecida dos compositores da nueva trova cubana, como Pablo Milanés e Sílvio Rodríguez. Inspirado em fotos da ilha que lhe mostrara o escritor e jornalista Fernando Morais, compôs O que será, buscando algo entre o baião e os ritmos do Caribe - "um cubaião", batiza
"O que será - Abertura" é cantada/narrada do ponto de vista da mulher (representa a força do desejo feminino); "O que será - à flor da pele", é cantada/narrada do ponto de vista do homem (idem, sugere a representação da força do desejo masculino); "O que será - À flor da terra", por sua vez, é cantada/narrada do ponto de vista de um corpo coletivo, desejoso de mudanças, de novos rumos para a História (diria, ansioso pela Revolução).
(Escreveu Rinaldo de Fernandes) 

http/formação docenteblogspot.com