terça-feira, 25 de outubro de 2011

Museu Nacional De Arte Antiga (Lisboa - Portugal)

 Postado por: Antonia Eunice

O Museu Nacional De Arte Antiga foi criado em 1884 e possui mais 44 mil peças em seu acervo que representa um patrimônio artístico móvel desde a idade média ao início do séc. XIX. Fica instalado no Antigo Palácio do Condes de Alvor (séc. VII).
A sala que eu estive visitando foi a de Artes Decorada, lá se encontra peças belíssimas, capaz de encantar qualquer visão humana. Dentre as peças expostas estão: bandejas, castiçar, estatuetas, açucareiros, bules, entre outras, todos em ouro e pratas. Mas, o que mais me chamou a atenção foi uma peça com o nome de centro de mesa, que até então eu não conhecia. Segue o modelo abaixo.



Descrição da peça: 

Centro de Mesa



Prata fundida, repuxada, incisa e cinzelada.
França, Paris 1729-1757 Thomas Germain (mestre,1720-48); François -Thomas Germain (mestre, 1748-91) Dimensões: A - 728 mm C-1091 mm L-808mmPeso: 70.050gr Insc: FAIT PAR F. T.GERMAIN. SCULPr. ORFre. DU. ROY. AUX. GALLERIES. DU. LOUVRE. A. PARIS. 1757 Prov. D. José de Mascarenhas e Lencastre, 8º Duque de Aveiro, D. José I, Rei de Portugal Lisboa, MNAA, inv 1827 our

Centro de mesa de base oval, inteiramente recoberta de grande variedade de espécies vegetais e atributos de caça que repousam sobre uma verdadeira natureza-morta em prata, guardada por dois elegantes galgos esculpidos em atitude vigilante. Ao centro eleva-se uma urna com baixos relevos cinzelados, representando a história mitológica de Atlanta, Meleagro e o Javali de Calydon e sobre a tampa brincam três cupidos. Dos flancos da urna descem ramos de videira com cachos de uvas, que servem de suporte a seis braços de luz. Um prato de grandes dimensões com o bordo recortado em volutas molduradas e o fundo imitando o movimento das vagas suporta a monumental composição.
Este espectacular Centro de Mesa, pertenceu ao 8º Duque de Aveiro, a quem foi confiscado com todos os seus bens, após ter sido acusado de envolvimento numa conspiração contra o rei D. José I em 1758, passando posteriormente a integrar as colecções da Casa Real. A criação deste tipo de peças, hoje raras, explica-se no contexto do cerimonial do serviço à la francaise, instituído por Luís XIV em Versalhes, nos finais do século XVII, segundo o qual os alimentos eram colocados sobre a mesa em séries sucessivas que se designavam cobertas ou serviços, cujo numero variava, conforme o aparato do banquete. Apenas permaneciam sobre a mesa, os condimentos e temperos que eram reunidos, para maior comodidade, numa peça, colocada no centro da mesa e que também servia de luminária à noite.

É uma obra paradigmática do seu tempo, confirmando indiscutivelmente o talento e o título de escultor dos Germain e representa um dos cumes da produção parisiense setecentista, pela perfeição do cinzel, fantasia e originalidade da sua composição.

 

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