Trago essa reflexão sobre a criança por este assunto sempre ser colocado por mim como algo muito complexo. Creio que desde quando entrei nesta turma, muitas pessoas já perceberam a dimensão do que era para mim a Educação Infantil. Hoje percebo o grande receio que tinha em me aproximar do outro. E claro, seria impossível trabalhar com crianças sem tal aproximação. Depois de intrigas nas disciplinas e principalmente no estágio realizado no NDI, me vejo hoje mergulhada neste universo, trabalhando com um público feito de cem. Desde fevereiro passo pela experiência de trabalhar com crianças de 3 anos de idade em uma escola na Pitanguinha. E como gosto deste ambiente. Hoje me vejo completamente envolvida neste espaço, lidando com crianças carentes de alimento, de cuidados e, sobretudo de carinho. Descobri que esse também é meu papel. Pois acima dos textos científicos tenho um coração enorme e envolvente para recebê-las.
As crianças da Pitanguinha, feitas de cem (cem alegrias e sonhos como diz o poema) também são permeadas de cem ou mais problemas de convivência familiar (algumas, é claro). Hoje, em particular desabafo pela violência vivenciada por elas. Falam e brincam o tempo todo de polícia, de arma... retratando uma imensidão de sentimentos presos bem ali na inocência. Às crianças que saíram da escola por reflexo desta violência familiar/social minhas saudades. E para quem conviveu comigo todos os dramas do "não gostar da educação infantil", aqui fica um novo relato. Um relato de alguém que gosta do que faz. Que se alegra com um sorriso ao chegar cansada da UFAL para trabalhar. Que se encanta ao ver o quanto essas crianças crescem em meio à escola.
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