Postado por Camila Silva
Escolhi analisar uma música de Chico Buarque porque sou louca por sua discografia e acredito que esta música, em específico, pode auxiliar a prática docente ligada ao ensino de História quando o tema for a Ditadura Militar no Brasil.
A Banda, por Chico Buarque
Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
O homem sério que contava dinheiro parou
O faroleiro que contava vantagem parou
A namorada que contava as estrelas parou
Para ver, ouvir e dar passagem
O faroleiro que contava vantagem parou
A namorada que contava as estrelas parou
Para ver, ouvir e dar passagem
A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
A rosa triste que vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou
Que ainda era moço pra sair no terraço e dançou
A moça feia debruçou na janela
Pensando que a banda tocava pra ela
Que ainda era moço pra sair no terraço e dançou
A moça feia debruçou na janela
Pensando que a banda tocava pra ela
A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu
A lua cheia que vivia escondida surgiu
Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar cantando coisas de amor
A lua cheia que vivia escondida surgiu
Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar cantando coisas de amor
Mas para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou
E cada qual no seu canto
Em cada canto uma dor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor…
Em cada canto uma dor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor…
Esta música foi escrita na década de 1960, não por acaso no início da Ditadura Militar no Brasil. Seu conteúdo, se olhado apressadamente, parece alegre, parece tratar de coisas boas, a própria banda parece ser um elemento bastante positivo nas vidas das pessoas citadas na música. Contudo, Chico estabelece brilhantes analogias entre a banda e a propaganda nacionalista da Ditadura. A banda é um elemento típico da época relativo ao divertimento das gentes, Chico Buarque, partindo deste pressuposto, acabou demonstrando como o governo ditatorial se valeu destes elementos para disseminar suas ideias e até mesmo suas falsas promessas e uma falsa alegria também.
Viva Chico!
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